terça-feira, 30 de julho de 2013

          Falando dos outros
30/07/2013 

Praças em situação precária

Áreas são alvo constante de reclamação dos moradores; Tomi Nakagawa deve passar por revitalização
Tênis e outros objetos estão jogados no espelho d’água, aumentando aspecto de abandono da Praça da Imigração
Fotos: Anderson Coelho
A sujeira causada pelos pombos é preocupante na Sete de Setembro
A XV de Novembro virou abrigo para moradores e um "lixão": quantidade de garrafas vazias impressiona
Londrina – O abandono da Praça da Imigração Japonesa Tomi Nakagawa, no centro de Londrina, deve chegar ao fim. A prefeitura anunciou que uma revitalização será realizada em parceria com a comunidade nipo-brasileira. A Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação ficou responsável de realizar um levantamento até o dia 15 de agosto para avaliar o custo da reforma. 

Segundo o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Tecnologia, Daniel Pelisson, não há dotação orçamentária prevista, porém a prefeitura espera resolver a questão com parcerias e por meio de emendas específicas. Não há data prevista para o início das obras. "Ainda não há nada orçado. O cobertor está curto, então teremos que encontrar formas de viabilizar o projeto", analisou. 

O secretário de Obras, Sandro Nóbrega, informou que desde o início do ano são realizadas algumas recuperações, como da iluminação dos postes. "Também estamos já fazendo uma licitação para recuperar a iluminação baixa", contou. 

A praça, inaugurada em 2008, durante as comemorações de 100 anos da imigração japonesa, não passou por manutenções e está em estado crítico. No espelho d'água, tênis, garrafas plásticas e muito lixo se acumulam, aumentando o aspecto de abandono. Vários bancos de concreto foram alvo da ação de vândalos e estão destruídos. Os monumentos foram pichados. 

"A praça só recebeu cuidado no primeiro ano, depois virou espaço para drogados. Do jeito que está, seria melhor que nem existisse", reclamou o motorista Eduardo Fernando de Oliveira, que trabalha em uma distribuidora de alimentos ao lado da praça. 

A estudante de Nutrição Karen Satiko Moriya espera que a preocupação com a segurança seja levada em conta no novo projeto. "Está perigoso passar por aqui à noite. Acho que se instalar umas câmeras e aumentar a permanência da Guarda Municipal, tanto a criminalidade como o vandalismo serão coibidos", apontou. "A praça de nossa imigração merece mais respeito", defendeu a estudante descendente de japoneses. 

Para a vendedora Dominique Alonso, a revitalização deve contar com incrementos que incentivem a população a frequentar o ambiente. "Se as famílias não frequentam, isso dá margem para a ocupação de moradores de rua e consumidores de droga". Durante a tarde em que a reportagem esteve no local, uma dupla de motociclistas da Guarda Municipal fazia patrulhamento. 

O anúncio da revitalização foi tomada na semana passada, após uma visita que o prefeito e secretários municipais realizaram na praça, a convite do vereador Roberto Kanashiro. Também participou da visita integrantes da comunidade nipo-brasileira. 

"Insuportável"
Se a situação é precária na Tomi Nakagawa, em outras praças da região central beira ao caos. Na Praça Sete de Setembro, próximo à Sercomtel, o calçamento está destruído, com pedras soltas que colocam em risco os pedestres. A sujeira causada pelos pombos também é preocupante. "É um espaço deteriorado. Além da sujeira dos pombos, as pessoas também usam a praça para fazer necessidades. Um absurdo que prejudica muito os comerciantes, principalmente do ramo de alimentação", condenou a dona de uma lanchonete, Maryceli Tereza Lopes. 

Segundo ela, os funcionários de limpeza fazem a lavagem da área duas vezes por semana, mas no dia seguinte o cheiro das fezes dos pombos já é insuportável. 

A última revitalização da Praça Sete de Setembro ocorreu em 2003. No centro da praça, os vândalos não pouparam nem a base da estátua da Virgem Maria, que está pichada. Um módulo de segurança da Guarda Municipal, que deveria ser inaugurado em janeiro, continua fechado. 

Na Praça XV de Novembro, próximo à Avenida Higienópolis, cinco moradores de rua disputam espaço para passar a noite. Em um lugar onde funcionava um parquinho e um banheiro público, os andarilhos fizeram um abrigo improvisado com madeiras. A quantidade de garrafas de pinga vazias deixadas no buraco – aproximadamente 50 – impressiona. "Moro na zona norte e passo todos os dias por aqui. A sensação de insegurança é muito grande. Tento sempre desviar pelas calçadas dos prédios quando posso", contou o marceneiro Sionir da Silva. (Colaborou Érika Gonçalves/Reportagem Local) 

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