01/02/2013 -- 00h00
Janeiro é mês com menos homicídios desde 2003
Nos primeiros 31 dias do ano, Londrina registra apenas 2
assassinatos, o menor número desde que as estatísticas foram
sistematizadas
O número é excepcional sob qualquer ponto de vista. Em comparação com dezembro, quando foram registrados oito homicídios, a queda foi de 75%. Se a comparação for com janeiro de 2012, a redução é ainda mais significativa, de 85%. Até então, o melhor janeiro da série era de 2007, com seis homicídios, três vezes mais que o mês passado.
A cidade também completou ontem 28 dias sem execuções. A última ocorreu no dia 3, quando Valdecir Kauwan da Silva, de 20 anos, foi morto com um tiro no peito na Rua Sebastião Pedroso de Moraes, no Jardim Nova Esperança 2, na zona sul.
O outro homicídio registrado na cidade neste mês aconteceu na noite do primeiro dia do ano, quando Juarez Rebeque da Silva, de 35 anos, morreu baleado em uma rua do Conjunto Sebastião de Melo, na zona norte.
Pelos critérios da polícia, as estatísticas separam homicídios, de latrocínio – uma mulher foi morta no domingo passado em uma tentativa de assalto no Jardim Alpes, na zona norte - e mortes em confronto com a polícia (foram dois casos em janeiro deste ano).
Mesmo se as mortes desses três tipos de ocorrência forem somadas, a cidade teria registrado cinco assassinatos, um número que manteria o recorde da série história.
O titular da Delegacia de Homicídios, Paulo Henrique Costa, disse que a unidade de investigação específica, inaugurada em setembro, contribuiu para a queda, graças à ampliação do número de investigadores que trabalham para elucidar os crimes.
De acordo com dados fornecidos pela unidade, 79% dos casos geraram pedidos de prisão na Justiça. Antes, o número era inferior a 50%, de acordo com estimativa do próprio delegado.
A delegacia dispõe hoje de quatro equipes, formada por duplas. Os mais experientes da equipe são Claudio Aparecido de Santana e Jorge Garcia Alves, que trabalharam no primeiro núcleo especializado da 10ª Subdivisão Policial, montado em 2003, e chefiado pelo hoje delegado chefe Márcio Amaro.
"Imagine dois policiais para investigar 29 homicídios como ocorreu naquele janeiro? Não podíamos aprofundar a investigação, trabalhávamos no limite e fazíamos o que podíamos", recorda-se Santana. A dupla soma mais de meio século de dedicação à investigação policial e também avalia que o número de detetives que se dedicam às elucidações dos homicídios foi fundamental para inquéritos mais bem elaborados e para combater a sensação de impunidade entre os criminosos.
No entanto, a reportagem da FOLHA apurou que as equipes de investigação sofrem com a falta de uma viatura e de equipamentos essenciais para o trabalho, como câmeras e computadores portáteis.