quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

28/12/2012 -- 00h00

Brasil Carinhoso diminui pobreza, garante Ipea

Programa proporciona um complemento de renda para famílias que vivem em condições de extrema pobreza
Ricardo Chicarelli
Adriana Pires sustenta os três filhos com os R$ 198 recebidos por meio de dois programas sociais
Londrina - O programa Brasil Carinhoso foi lançado há sete meses pelo governo federal e por isso os resultados do impacto na redução da extrema pobreza ainda não podem ser avaliados. Apesar disso, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) garante que a ação vai diminuir o percentual de brasileiros que estão nesta situação.

De acordo com uma simulação divulgada pelo Ipea, o número de brasileiros que vivem em condições de extrema pobreza - recebem uma renda mensal per capita inferior a R$ 70 - pode diminuir para 0,8%. O índice é ainda mais satisfatório (0,6%) quando se considera, apenas, a população de zero a 15 anos.

O Ipea ressaltou que esse cenário pode não se confirmar a partir de outros indicadores que influenciam na transferência de renda, como índice de ocupação e crescimento econômico, ''mas com certeza é possível afirmar que a redução da pobreza ocasionada pela mudança do desenho de benefícios será bem maior do que a que seria obtida com os desenhos anteriores'', destacou o responsável pelo estudo, o pesquisador Rafael Osório.

Por meio do Brasil Carinhoso, todas as famílias cadastradas no Bolsa Família têm a garantia de uma renda per capita de pelo menos R$ 70, independentemente do número de filhos. Antes, só recebiam auxílio financeiro famílias com no máximo cinco crianças e dois jovens cada.

Em 2011, segundo o instituto, o número de brasileiros que viviam em situação de extrema pobreza caiu de 5,3% - antes da implantação do Bolsa Família, em 2003 - para 3,4%. Ao se considerar a população de até 15 anos, o índice passou de 9,7% para 5,9%.

Em Londrina, segundo a Secretaria de Assistência Social, 13.746 famílias estão inscritas no Bolsa Família e 1.663 recebem o benefício para Superação da Extrema Pobreza (BSP), um dos benefícios concedidos pelo Brasil Carinhoso.

''Esta renda extra tem feito a diferença, principalmente em famílias numerosas. Em muitos casos as mulheres são a chefe de família e não podem trabalhar já que não têm onde deixar os filhos'', ressaltou a gerente de Transferência de Renda e gestora municipal do Bolsa Família da Secretaria de Assistência Social, Cláudia Renata Favaro.

A dona de casa Adriana Aparecida Pires, de 28 anos, grávida de três meses, mora com o marido e mais três filhos - de 1, 3 e 5 anos - no Conjunto Ana Terra (zona oeste de Londrina).

Ela recebe R$ 198 por mês por meio de dois programas. ''A gente vive com este dinheiro já que meu marido não está trabalhando no momento e eu não tenho onde deixar as crianças para procurar um emprego'', colocou Adriana. ''Eu compro comida, leite, fraldas e algumas coisas para os meninos.''

A ampliação deve atender 8,1 milhões de crianças e jovens.

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