terça-feira, 26 de fevereiro de 2013



Henrique De La Osa/Reuters / Lula: diálogo com partidos que estão tanto na base de Richa como na de DilmaLula: diálogo com partidos que estão tanto na base de Richa como na de Dilma
ELEIÇÕES 2014

Lula vem a Curitiba em março para costurar aliança eleitoral

Ex-presidente participa de comemoração dos 10 anos do PT no poder e aproveita para negociar acordos para a campanha de Gleisi ao Palácio Iguaçu

Publicado em 26/02/2013 Curitiba está no roteiro de viagens que o ex-presidente Lula vai fazer nos próximos dias para celebrar os dez anos do PT na Presidência da República. O evento na capital paranaense está pré-agendado para 22 de março. Durante a passagem do petista pela cidade, também devem começar a ser costurados acordos para a campanha eleitoral de 2014 no estado.
O presidente do PT no Paraná, deputado estadual Enio Verri, diz que a pauta do encontro será a contribuição do partido para a democracia brasileira ao longo da última década. “Cada local visitado terá um tema”, detalha. As viagens, que devem incluir mais dez municípios de outros estados, são um desdobramento do ato nacional realizado na quarta-feira passada, em São Paulo, com Lula e a presidente Dilma Rousseff.
Convite
Fruet espera por Dilma para o aniversário de 320 anos da cidade
O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), espera por uma resposta da presidente Dilma Rousseff (PT) ao convite para visitar a cidade em uma data próxima ao dia 29 de março, quando a capital completa 320 anos. O pedido foi feito por ele à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, no começo do mês. Não há ligação entre as viagens de Lula e Dilma, embora elas possam ocorrer em dias bastante próximos.
Durante a visita, a presidente participaria da entrega de duas mil residências construídas pela Companhia Habitacional de Curitiba (Cohab) no bairro Ganchinho, dentro do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. Apesar de o PT ter se coligado com o PDT de Fruet na eleição municipal do ano passado, Dilma e Lula permaneceram afastados da campanha curitibana. Ex-deputado federal pelo PSDB, Fruet foi um crítico do governo do ex-presidente Lula. Ele ocupou o cargo de sub-relator da CPI dos Correios, que investigou o mensalão em 2005.
No evento da semana passada, o ex-presidente atacou a oposição e lançou a sucessora à reeleição. “A resposta que o PT pode dar a eles [oposição] é dizer que eles podem se preparar, podem se juntar com quem eles quiserem. Porque, se eles têm dúvida, nós vamos dar como resposta a reeleição da Dilma em 2014”, declarou Lula.
As conversas políticas em Curitiba abrem caminho para a formação de alianças em torno da candidatura da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para o governo do estado. A tendência é que o ex-presidente abra o diálogo com lideranças de partidos que integram tanto a base aliada de Dilma em Brasília quanto a do governador Beto Richa (PSDB) no Paraná. “Temos sido procurados para conversar por muita gente; há uma sensação de descontentamento geral com a gestão Beto”, descreve Verri, sem citar as legendas que sinalizam com uma possível troca de lado no estado.
Por enquanto, segundo ele, existe um “diálogo aprofundado” dos petistas apenas com PDT, PV e PCdoB. Dentre os partidos que apoiam ao mesmo tempo a gestão federal e estadual estão PMDB, PP, PSC, PTB e PRB.
Na recente reforma do secretariado, Richa se antecipou ao movimento nacional e distribuiu cargos para ampliar o leque de parcerias locais. Ratinho Júnior (PSC) foi nomeado secretário estadual de Desenvolvimento Urbano; Reinhold Stephanes (PSD), da Casa Civil; e Luiz Eduardo Cheida (PMDB), de Meio Ambiente (Cheida ainda não assumiu).
Em Brasília, Dilma deve seguir o mesmo caminho em uma reforma ministerial esperada para os próximos dias. As mudanças devem abrir mais espaços para o PSD, cotado para ficar com o Ministério da Micro e Pequena Empresa, e para o PMDB, que deve assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia.
De acordo com Verri, todas as articulações feitas pelo PT estadual com perspectivas para 2014 giram em torno da candidatura de Gleisi Hoffmann. “Não trabalhamos com outra alternativa, ela é o nosso nome.”
Assim como Verri, o presidente estadual em exercício do PSDB, Valdir Rossoni, disse que os tucanos também têm sido procurados por partidos aliados de Dilma. “Estamos em um período de negociações e não me causa estranhamento que isso esteja acontecendo”, afirmou.

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