21/12/2012 -- 00h00
Gangnam Style e o fim do mundo
Megahit do rapper sul-coreano Psy está sendo associado a suposta profecia de Nostradamus
Boato de que o mundo acabaria quando o vídeo atingisse 1 bilhão de acessos tem sido tratado com o devido bom humor
Tema recorrente nas mais
diversas expressões artísticas, o fim do mundo já serviu de roteiro para
uma infinidade de filmes, peças de teatro, livros e músicas muito antes
dessa tese ter como principal argumento o término do Calendário Maia.
Assis Valente, por exemplo, já abordava com humor essa possibilidade em
1938 quando compôs "E o mundo não se acabou", canção que nunca soou tão
atual como agora. O que ninguém imaginava é um hilário e patético
megahit popular poderia ser o indício da extinção da raça humana,
prevista para ocorrer hoje. Pois para os integrantes de uma comunidade
apocalíptica o fenômeno Gangnam Style seria a materialização de uma
suposta profecia de Nostradamus sobre a temida devastação do planeta
terra.
Membros do movimento apocalíptico The Project Avalon Forum têm associado a música do rapper sul-coreano Psy a uma suposta profecia de Nostradamus que diz: "Da calma manhã, o fim virá quando o número de círculos do cavalo dançante chegar a 9". A associação está sendo feita porque a coreografia oficial da canção Gangnam Style simula uma cavalgada. Já os nove ciclos são atribuídos à marca de 1 bilhão de visualizações do clipe da música no YouTube que o hit está prestes a alcançar. Isso porque a cifra contém nove zeros. Resta saber se o vídeo atingirá esse número. Até o fechamento desta matéria, haviam sido contabilizados mais de 991 milhões de acessos.
Meteoros, ataques de extraterrestres, zumbis e mortos-vivos, epidemias, terremotos e dilúvios. As mais controversas teorias sobre o fim do mundo já foram exibidas nas telonas, arrastando multidões aos cinemas. É o caso de "O Dia Depois de Amanhã" (Roland Emmerich/2004), "Guerra dos Mundos" (Steven Spielberg/2005), "Eu Sou a Lenda" (Francis Lawrence/2007), "O Dia em que a Terra Parou" (Scoot Derrickson/2008, refilmagem do clássico de 1951).
Neste ano o tema também ganhou uma série televisiva transmitida nas noites de quinta-feira pela Rede Globo. Estrelada pelos atores Danton Mello e Aline Moraes, a produção escrita por Fernanda Young e Alexandre Machado faz uma sátira à ansiedade vivida pela proximidade do apocalipse colocando a protagonista em situações inusitadas na tentativa de aproveitar seus últimos dias de vida. O último capítulo vai ao ar hoje. Se o mundo não acabar, obviamente.
Último dia
"O que você faria se só lhe restasse um dia"? O cantor e compostor Paulinho Moska já fazia esse questionamento em 1995, nos versos da música "O Último Dia". Depois falar sobre o fim do mundo em boa parte das canções que compôs ao longo de 33 anos de carreira, o músico paraibano Zé Ramalho continua fazendo jus à fama de profeta do apocalipse. O tema é a espinha dorsal de seu mais recente CD, "Sinais dos Tempos", lançado este ano.
Interesse coletivo
O fato de a possibilidade do fim do mundo ser um assunto que volta e meia está no centro das atenções se deve à curiosidade que o tema provoca, conforme avalia a psicóloga, socióloga e professora da Unopar Giane Albiazzetti. "Existe um interesse coletivo que vem à tona devido à frequente exploração dessa temática pela mídia", afirma.
Ela argumenta que historicamente o ser humano está ligado a questionamentos sobre sua origem e finitude. "Principalmente na cultura ocidental isso está muito associado ao pensamento mítico e à religiosidade. Mas de um modo geral esse evento não tem sido prejudicial, pois percebo que as pessoas têm levantado essa questão com bom humor e continuam levado a vida normalmente", avalia.
Membros do movimento apocalíptico The Project Avalon Forum têm associado a música do rapper sul-coreano Psy a uma suposta profecia de Nostradamus que diz: "Da calma manhã, o fim virá quando o número de círculos do cavalo dançante chegar a 9". A associação está sendo feita porque a coreografia oficial da canção Gangnam Style simula uma cavalgada. Já os nove ciclos são atribuídos à marca de 1 bilhão de visualizações do clipe da música no YouTube que o hit está prestes a alcançar. Isso porque a cifra contém nove zeros. Resta saber se o vídeo atingirá esse número. Até o fechamento desta matéria, haviam sido contabilizados mais de 991 milhões de acessos.
Meteoros, ataques de extraterrestres, zumbis e mortos-vivos, epidemias, terremotos e dilúvios. As mais controversas teorias sobre o fim do mundo já foram exibidas nas telonas, arrastando multidões aos cinemas. É o caso de "O Dia Depois de Amanhã" (Roland Emmerich/2004), "Guerra dos Mundos" (Steven Spielberg/2005), "Eu Sou a Lenda" (Francis Lawrence/2007), "O Dia em que a Terra Parou" (Scoot Derrickson/2008, refilmagem do clássico de 1951).
Neste ano o tema também ganhou uma série televisiva transmitida nas noites de quinta-feira pela Rede Globo. Estrelada pelos atores Danton Mello e Aline Moraes, a produção escrita por Fernanda Young e Alexandre Machado faz uma sátira à ansiedade vivida pela proximidade do apocalipse colocando a protagonista em situações inusitadas na tentativa de aproveitar seus últimos dias de vida. O último capítulo vai ao ar hoje. Se o mundo não acabar, obviamente.
Último dia
"O que você faria se só lhe restasse um dia"? O cantor e compostor Paulinho Moska já fazia esse questionamento em 1995, nos versos da música "O Último Dia". Depois falar sobre o fim do mundo em boa parte das canções que compôs ao longo de 33 anos de carreira, o músico paraibano Zé Ramalho continua fazendo jus à fama de profeta do apocalipse. O tema é a espinha dorsal de seu mais recente CD, "Sinais dos Tempos", lançado este ano.
Interesse coletivo
O fato de a possibilidade do fim do mundo ser um assunto que volta e meia está no centro das atenções se deve à curiosidade que o tema provoca, conforme avalia a psicóloga, socióloga e professora da Unopar Giane Albiazzetti. "Existe um interesse coletivo que vem à tona devido à frequente exploração dessa temática pela mídia", afirma.
Ela argumenta que historicamente o ser humano está ligado a questionamentos sobre sua origem e finitude. "Principalmente na cultura ocidental isso está muito associado ao pensamento mítico e à religiosidade. Mas de um modo geral esse evento não tem sido prejudicial, pois percebo que as pessoas têm levantado essa questão com bom humor e continuam levado a vida normalmente", avalia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário