segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

24/12/2012

Requião não será candidato em 2014, diz João Arruda

Quinze dias atrás senador perdeu eleição interna do PMDB e ficou de fora das decisões da legenda
Para o deputado João Arruda aproximação com PSDB dificulta qualquer candidatura própria do PMDB, não só a de Requião
Curitiba - Fora da secretaria-geral do PMDB do Paraná, o deputado federal João Arruda entende que não há chance do senador Roberto Requião disputar o governo do Estado em 2014. ''No caso de uma candidatura própria, os nomes do partido são de Serraglio, Pessuti, Sérgio Souza ou um dos deputados. E isso não é uma ironia, mas justamente a decisão da convenção'', analisa o político, que é sobrinho de Requião. Quinze dias atrás o senador perdeu a eleição interna do PMDB para uma coalizão de deputados estaduais e ''amigos do Pessuti''.

Na ocasião, as duas chapas acordaram que a disputa seria ''de porteira fechada'', ou seja, quem ganhasse a convenção indicaria todos os membros da nova Executiva. Requião perdeu, apesar de obter 44% dos votos, e ficou de fora das decisões da legenda. No lugar do sobrinho do senador, Pessuti assumiu a secretaria-geral do PMDB. O deputado federal Osmar Serraglio virou presidente da sigla, com o estadual Nereu Moura na primeira vice.

Na última semana, a FOLHA noticiou o acirramento da briga entre Requião e o governador Beto Richa (PSDB), sobre o atraso na aprovação pelo Senado de empréstimo de US$ 350 milhões do Banco Mundial (Bird) ao Paraná. No pano de fundo dessa ''troca de farpas'' está uma briga simbólica pelo PMDB no Paraná. O resultado da eleição interna mostrou que Requião ainda tem simpatizantes na legenda, cuja opinião precisa ser considerada na ''conquista do coração e das mentes do PMDB'', como gosta de frisar Luiz Cláudio Romanelli (PMDB).

Um dos articuladores de Beto dentro desse grupo político, Romanelli deixou a Secretaria de Estado do Trabalho durante a convenção do PMDB para ajudar na articulação da chapa que elegeu Serraglio. Em determinado momento, sua movimentação foi cerceada pelos colegas de bancada, que viam na sua proeminência ''um sinal muito forte'' de adesão do partido ao projeto político do PSDB. Inclusive pela vontade nacional de Michel Temer ser novamente vice-presidente ao lado de Dilma Rousseff (PT) em 2014. Romanelli considera que Beto pode receber o apoio do PMDB, mas para isso teria que ''conquistar'' os filiados do partido.

Para João Arruda, essa aproximação ameaça a legenda e dificulta qualquer candidatura própria do PMDB, não só a de Requião. ''Qualquer um deles terá de encarar o PSDB, que hoje está no Palácio das Araucárias governando cargos e salários, inclusive de muita gente do PMDB'', alerta o deputado federal. ''Levando em conta a nova executiva e os membros do partido, somos parte tucanos e parte sem saber para onde ir, ao mesmo tempo. Uma ambiguidade que nos custa caro'', completa, no mesmo artigo divulgado para a imprensa na última semana.

Diante da renovação do secretariado de Beto Richa, aumentam os boatos que o PMDB assumiria o comando de mais pastas dentro do governo do Paraná, ainda que menores. É o caso da Secretaria de Estado de Relações com a Comunidade, hoje ocupada por Wilson Quinteiro (PSB), que assume mandato de deputado estadual em janeiro, já que Reni Pereira (PSB) foi eleito prefeito de Foz do Iguaçu. Peemedebistas já fazem abaixo-assinado pedindo para ocupar a vaga, colhendo apoios na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná, a contragosto de Requião e seus seguidores.

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