sábado, 2 de novembro de 2013

02/11/2013 

Casa sustentável é construída na UEL

Protótipo com tecnologia de construção a seco é construída em três horas; modelo já é utilizado em programa federal
Marcos Zanutto
A casa tem 43 metros quadrados, dois quartos, sala, cozinha e banheiro
Londrina - Comprar o modelo de uma casa pela internet com a disposição que desejar e na qual a construção leva apenas alguns dias para ser concluída já é realidade no Brasil. Com durabilidade semelhante a de alvenaria, a casa é feita com paredes que vêm prontas da fábrica e são montadas diretamente no terreno. Para que a população tenha ideia de como é entrar numa casa com essa tecnologia, um protótipo foi construído no campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A montagem foi feita em parceria com o curso de Engenharia Civil, e demorou cerca de três horas. A casa tem 43 metros quadrados, dois quartos, sala, cozinha e banheiro. 

A tecnologia alemã, wood frame, difundida no Brasil pela empresa Rede Tecverde, chamada de construção a seco, tem conquistado engenheiros especializados em moradia e construtoras. Isso porque, além da rápida execução que exige quatro vezes menos mão de obra, o custo chega a ser 10% menor do que o da casa de alvenaria, tem mínima geração de resíduos (90% a menos) e utilização de materiais recicláveis. Características que tornam a tecnologia altamente sustentável. 

A empresa tem quatro anos e surgiu da união de um grupo de ex-alunos do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR). 

As paredes são formadas por quatro placas compostas por vários materiais. A primeira, uma camada cimentícia, seguida por uma de combinação de lascas de madeira reflorestada que recebem tratamento anticupim, chamada de OSB (Oriented Strand Board), outra de isolamento de lã proveniente de garrafas pet, terminando com uma chapa de OSB e acabamento de gesso acartonado."Essa estrutura garante alto desempenho térmico, isolamento acústico e alta resistência mecânica. A manutenção é praticamente inexistente e de baixo custo", explicou o engenheiro mecânico e sócio-diretor da empresa, José Márcio Fernandes. 

Ao contrário da pré-fabricada, as paredes da casa industrializada saem todas montadas da fábrica, incluindo as partes hidráulica e elétrica. Segundo o engenheiro, principalmente essa logística que torna o custo mais baixo. "Inicialmente, a tecnologia era utilizada apenas em casas de alto padrão. Mas foi comprovado que se aplicava perfeitamente em empreendimentos de larga escala e de interesse social. Tanto que hoje é um dos modelos mais procurados dentro do programa Minha Casa Minha Vida. O custo de uma residência de 40 metros quadrados gira em torno de R$ 28 mil." O sistema da Rede Tecverde é homologado na Caixa Econômica Federal e é disponibilizado a outras construtoras através de um modelo de licenciamento de tecnologia. 

De acordo com Ercília Hirota, coordenadora do projeto de pesquisa Zero Energy Mass Custom Homes (Zemch) da UEL, a tecnologia difundida pela empresa apresentou conceito que o grupo preconiza. "Um de nossos objetivos é pesquisar modelos sustentáveis de moradias que possam ser aplicados em grande escala. E essa tecnologia mostrou inúmeros benefícios, não só na questão do baixo custo, mas sobretudo pela redução do impacto na natureza e no fácil gerenciamento da construção." Futuramente, o protótipo vai ser o escritório e local de trabalho do grupo de pesquisa e está localizada próximo ao Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU) do campus.

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