domingo, 13 de outubro de 2013

13/10/2013 

Decisão de Marina Silva preocupa redeiros do Paraná

Aproximação da ex-senadora ao PSB, que apoia Beto Richa, causa conflito ideológico entre militantes no Estado
Fotos: Gustavo Carneiro/8-9-13
"No Paraná essa aproximação assustou um pouco", reconhece Geraldo Leão, um dos coordenadores redeiros em Londrina
"Foi uma decisão inteligente, pois assim temos condições de combater o PT", diz Evandro Martini, coordenador estadual de finanças
Ainda carregando a frustração pelo resultado do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que não aceitou a criação do partido no prazo necessário para as eleições do ano que vem, a Rede Sustentabilidade no Paraná vai tentando entender as consequências da aliança da ex-senadora Marina Silva com o PSB, do governador pernambucano, Eduardo Campos. Marina sempre foi o principal nome entre os redeiros no Brasil. A filiação dela ao PSB, que lhe garante o direito de participar da disputa nas urnas, causou conflitos ideológicos em alguns Estados, como é o caso paranaense. 

O PSB do Paraná é ligado ao PSDB do governador Beto Richa desde a primeira eleição para a prefeitura da capital e segue até hoje na base de apoio com os seus três deputados estaduais, além de ocupar cargos na administração. "No Paraná essa aproximação assustou um pouco, porque ele é aliado do PSDB e a Rede sempre esteve contra as alianças, principalmente com PT e PSDB", afirmou um dos coordenadores redeiros em Londrina, Geraldo Leão. Outro coordenador local da Rede, Manoel Moreira Alves, reconheceu que a decisão de Marina "baixou um pouco o fogo dos companheiros", mas garantiu que a mobilização pela criação da sigla vai continuar. O Diretório Provisório Regional conseguiu no Estado mais de 35 mil assinaturas, tendo homologadas cerca de 15 mil. 

O redeiro londrinense, para quem "o PSB é um partido socialista, mas com alianças não socialistas", informou que militantes vão se reunir nesta semana para discutir os rumos na região. Segundo Alves, a aprovação no Congresso de novas regras eleitorais, restringindo o acesso ao dinheiro do fundo partidário e ao tempo de propaganda na TV, não será empecilho. "Mesmo sem TV e fundo partidário o partido vai ser forte, afinal a gente crê que partido não precisa de benesses." 

Integrantes do Diretório Regional da Rede também insistem em dizer que a aliança com o PSB é apenas nacional e que "ideologicamente não há diálogo". Mas para garantirem participação nas eleições do ano que vem, os potenciais candidatos da Rede já se filiaram a outras siglas. Além do PSB, também PV, PPL e Psol receberem redeiros dando-lhes liberdade para continuarem trabalhando pela criação do partido. 

Para alguns militantes, porém, a decisão de Marina foi importante. O coordenador estadual de finanças, Evandro Martini, elogiou a posição da ex-senadora. "Quando a Marina anunciou a filiação foi um impacto sim, mas agora eu analiso que foi uma decisão inteligente dela, pois assim temos condições de combater o PT." Otimista quanto à possibilidade de Marina ser cabeça de chapa na disputa presidencial, Martini afirmou que ela terá total apoio no Paraná. Mas reforçou que "a Rede está dentro do PSB nacional, mas não somos iguais". Ele informou que hoje os dirigentes estaduais têm reunião nacional em Brasília. 

PSB 

O presidente estadual do PSB, Severino Araújo, informou que os redeiros não terão restrições para continuar trabalhando pela criação da Rede, mas garantiu que a presença dos redeiros não altera a posição de apoio do partido ao governador Beto Richa (PSDB). Questionado se o partido aceitaria a saída de um redeiro, mesmo depois de uma eventual vitória nas urnas pelo PSB, Severino desconversou. "No momento certo a gente vê isso. Não dá para sofrer por antecipação."

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