sexta-feira, 18 de outubro de 2013

18/10/2013 

Pequenos furtos geram grandes prejuízos

Comerciantes apelam para sistema de câmeras para evitar que talheres e outros objetos sejam levados por "clientes"
Anderson Coelho
"Sumiam taças, talheres, vidros de azeite e até o cardápio", enumera Guilherme Simões
Londrina – Sabe aquele aumento no preço da sua porção ou prato predileto no restaurante? Além do alto custo da produção dos alimentos, incluindo os gatos com matéria-prima e funcionários, a explicação para essa majoração pode estar em um hábito condenável de alguns clientes: o furto de copos, talheres e objetos de decoração dos estabelecimentos comerciais. De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Londrina (SindiHotéis), Alzir Bocchi, o impacto dos pequenos furtos é grande para os comerciantes que, em alguns casos, se veem obrigados a repassar o prejuízo à freguesia. 

Segundo Bocchi, o pensamento do brasileiro, de querer levar vantagem em tudo, termina prejudicando a todos. "O comerciante já trabalha com a margem de lucro apertada para não lesar os fregueses e ainda tem que repor os itens furtados", lamenta Bocchi. No Restaurante Taiwan, no centro de Londrina, o dono Guilherme Victor Augusto Simões se viu obrigado a instalar um sistema de monitoramento há um ano para tentar reduzir as perdas. O investimento nas 25 câmeras de vigilância foi de R$ 8 mil. Neste período, o número de furtos foi praticamente zerado. "Antes era bem complicado, sumiam taças, talheres, vidros de azeite e até o cardápio", enumera. 

Simões revelou que os furtos são mais constantes quando a cidade recebe visitantes em algum evento de grande porte. Segundo ele, os itens mais visados são os pratos temáticos. "Às vezes, na cidade da pessoa não tem restaurante oriental e ela quer levar a decoração como lembrança. Como estes objetos são caros, o prejuízo se revela grande no fim do mês", calcula. De acordo com Simões, outros donos de restaurantes também optaram por instalar câmeras de vigilância para coibir os furtos. 

Se nos restaurantes e bares os objetos mais visados são copos estilizados e talheres, nos hotéis não são raras as vezes que os funcionários chegam para arrumar o quarto e não encontram toalhas e outros objetos levados sem autorização. Bocchi alerta que os proprietários de hotéis não são os únicos alvos, uma vez que os ladrões costumam lesar também outros clientes. O notebook é o alvo predileto dos bandidos. "É um crime que cresceu muito em todo o País. O ladrão se hospeda no hotel, muitas vezes de alto padrão, com o objetivo único de furtar." 

Dicas
De acordo com o porta-voz da Polícia Militar, capitão Nelson Villa Junior, não há um levantamento específico do número de boletins de ocorrências registrados em hotéis ou restaurantes. A corporação e o SindiHotéis, no entanto, têm dicas valiosas para donos e clientes de estabelecimentos do tipo se prevenirem contra a ação dos larápios. 

Para os proprietários, a recomendação é a instalação de câmeras, espelhos e o treinamento da equipe para ficar de olho em movimentações suspeitas. "Recolher os talheres assim que o cliente termina a refeição deixa a mesa limpa e diminui a possibilidade de furto", orienta Bocchi. 

Já os clientes são aconselhados pela PM a nunca deixar bolsas ou objetos de valor sobre o balcão ou mesa. Eletrônicos como celulares ou notebooks devem ser guardados em locais apropriados nos hotéis, incluindo cofres disponibilizados pelos estabelecimentos, e nunca à vista em áreas de acesso coletivo.
Celso Felizardo

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