quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Faxineiro devolve tablet esquecido em aeroporto

26/09/2013 -

Faxineiro devolve tablet esquecido em aeroporto

Para o proprietário do aparelho, atitudes como essa precisam ser destacadas
César Augusto
Luiz Augusto Rodrigues fez questão de agradecer Adriano Vidal dos Santos pessoalmente
Londrina - Segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, honestidade é sinônimo de decoro, decência, probidade. Para o fotógrafo Luiz Augusto Rodrigues, o verbete tem nome e sobrenome: Adriano Vidal dos Santos. Na manhã de sábado, dia 21, o faxineiro de 32 anos que trabalha há três meses no Aeroporto Governador José Richa, em Londrina, encontrou um tablet em um dos carrinhos de bagagem. Sem titubear, ele recolheu o computador portátil e encaminhou para o setor de objetos perdidos da Infraero. 

Mesmo com a resposta da chefia do setor de limpeza dizendo que a devolução dos objetos perdidos é protocolo comum, Rodrigues fez questão de retornar ao aeroporto na manhã de ontem para agradecer pessoalmente o faxineiro. "É claro que muitos vão dizer que ele fez apenas o que deveria ser feito, mas infelizmente ser honesto está fora de moda e atitudes como esta têm que ser exaltadas", destacou. A história foi postada no Facebook e rendeu várias curtidas ao exemplo do faxineiro. 

Rodrigues contou que só se deu conta da perda do aparelho horas depois. "Fiquei muito preocupado, pois além do valor do objeto, toda minha vida profissional está lá dentro", lembrou, mencionando agenda, contatos e o portfólio fotográfico. "Salvou dois anos de trabalho", completou. Ele tinha ido ao aeroporto para recepcionar o músico Fernando Anitelli, da banda paulista Teatro Mágico. "Fui ajudar a carregar os violões e outros instrumentos e esqueci do Ipad", contou. 

Tímido e de poucas palavras, Santos expressava no olhar a sensação de ter feito a coisa certa. Para conseguir sustentar os quatro filhos, ele tem dois empregos. Depois do serviço pesado pela manhã no aeroporto, Santos ainda encara a faxina em um hipermercado na cidade até as 22 horas. "No mercado já encontrei um par de chinelos de uma criança e também devolvi", citou, sem levar em conta a diferença de valores entre o calçado e o computador, que custa quase R$ 2 mil. "Não importa se for barato ou caro, se não é meu eu devolvo", garantiu. 

Morador do Jardim João Turquino (zona oeste), Santos disse que a honestidade veio do berço, aprendida com a mãe, Roseli Aparecida Fazoli, de 49 anos. "Tudo que ela me ensinou procuro repassar para os meus filhos." Segundo ele, as pessoas têm que dar o exemplo para poder cobrar os governantes. "Não adianta a pessoa criticar a corrupção dos governantes se ela faz igual", condenou. 

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