domingo, 4 de novembro de 2012

                        ESPORTE

Quase rebaixado, Atlético-GO recebe Corinthians no DF

Sem chances na competição, o Atlético Goianiense mira o lucro financeiro na partida contra o Corinthians, neste domingo, às 17 horas, no estádio Boca do Jacaré, em Taguatinga (DF), pela 34.ª rodada do Campeonato Brasileiro. Punido com a perda de campo e abandonado pela torcida, o time rubro-negro será matematicamente rebaixado se ao menos empatar a partida. Mesmo vencendo, dependerá de uma derrota do Bahia diante da Portuguesa para adiar a degola.

Sabendo ter chances ínfimas de salvação, a diretoria do Atlético espera juntar R$ 1 milhão no cofre pela presença da torcida corintiana no jogo e, assim, reduzir parte das perdas financeiras ao longo do Brasileirão.

O interino Jairo Araújo dirige a equipe novamente neste campeonato, no qual é lanterna com 23 pontos e obteve apenas uma vitória fora de casa ao longo de todo a competição (justamente contra o líder Fluminense). Na última rodada, o Atlético foi goleado pelo Botafogo por 4 a 0, no Rio de Janeiro.

Agora, Jairo Araújo, que primeiramente substituiu Hélio dos Anjos, entra no lugar de Arthur Neto. Contra o Corinthians, o treinador faz quatro mudanças. Na zaga entra Gustavo no lugar de Diego Giaretta e no meio de campo Ernandes substitui Mahatma Ghandi. No ataque, Ricardo Bueno e Diogo Campos deixam vagas para Patric e Felipe.

Deivid é o símbolo da reação coxa-branca. Em oito jogos com o atacante, Coritiba amealhou 75% dos pontos Brasileiro

Redenção matemática impulsiona o Coritiba

Coxa leva a campo hoje dois objetivos: eliminar o risco de rebaixamento e intensificar a luta pelo título simbólico do returno
04/11/2012
Para um time que ficou durante boa parte do Brasileiro convivendo com o temor do rebaixamento, o Coritiba pode ver esse fantasma terminar hoje, a partir das 19h30, contra o Atlético-MG, no Couto Pereira.
Segundo o matemáti­­co Tristão Garcia, da Univer­­sidade Federal do Rio Grande do Sul e do site especializado em prognósticos Infobola, com 45 pontos o time pode se sentir seguro na Série A de 2013. Como o Coxa tem 42, uma vitória nesta noite encerra o assunto.
O técnico Cuca tem um histórico ruim contra o Coritiba em jogos válidos pela Série A do Brasileiro. Em 14 confrontos do treinador com o clube, carrega o saldo de ser o mais vazado pelo Coxa na elite nacional. Os times do comandante do Galo levaram 28 gols do Alviverde – média de dois por jogo. Celso Roth (1,63) e Geninho (1,33) vêm em seguida. O levantamento é dos Helênicos, grupo de historiadores do Coritiba, autores do livro Eterno Campeões.
Diante disso, os próprios jogadores alviverdes admitem que vencer o vice-líder deixará um clima leve no Alto da Glória. “Eliminando o risco de queda teremos uma tranquilidade natural para jogar e trabalhar”, contou o volante Willian.
Gil endossou: “Creio que nós temos de pensar passo a passo e ganhar os jogos o mais rápido possível para poder se livrar dessa zona incômoda”, admitiu. “Depois para nós mesmo é até melhor, jogaremos mais calmos, mais leves”, completou.
Mesmo perto de atingir este objetivo para qual foi inicialmente contratado, o técnico Marquinhos Santos é o único que não se empolga com a redenção estatística. Para ele, o que interessa não são os cálculos dos especialistas e sim chegar após a última rodada, no dia 2 de dezembro, garantido na elite do futebol nacional.
“O importante é quando terminar a competição definitivamente o Coritiba estar fora da zona do rebaixamento. Temos de trabalhar não com as probabilidades, e sim com a matemática”, disse. “Mas não temos de pensar nisso. O pensamento aqui e agora, dentro da filosofia do clube, é buscar este título simbólico do segundo turno”, completou o técnico.
Até por causa deste “título simbólico”, jogadores e treinador evitam falar sobre 2013 e o quanto esta paz na tabela pode colaborar para o planejamento da próxima temporada.
A ideia é tentar ultrapassar o Fluminense, que no returno tem sete pontos a mais, e terminar o campeonato em alta, entre a sexta e a sétima colocação. “Se nós não quiséssemos ‘nada com nada’ não estávamos no dia a dia trabalhando”, resumiu Willian.
Para conseguir um triunfo após duas rodadas sem vencer e subir na tabela a tendência é que o Coritiba repita o mesmo time da rodada anterior pela primeira vez neste Brasileiro – inclusive com Deivid.
O atacante, com a camisa alviverde, ostenta um aproveitamento em oito duelos de 75%, com seis gols. Em casa, o centroavante tem sido ainda mais eficiente: cinco jogos, quatro triunfos (80%). Cálculo que fez o time guinar da 16.ª posição para a quase salvação.
Do outro lado, além de Ronaldinho Gaúcho, Bernard e Jô, provavelmente estará um velho conhecido da torcida coxa-branca: Leandro Donizete.
“Vou pedir para trocar a camiseta com ele. Meu parceirão”, disse Willian. “Mas somos profissionais. Ele está em busca da vitória para o time dele e eu em busca da minha. Espero que eu vença esta disputa, mas acho que a torcida gosta muito dele, vai recebê-lo muito bem, desde que não faça gol”, concluiu.


04/11/2012

Herança maldita deixa Kleina na degola


SPFW 2012 O Palmeiras não correria risco de rebaixamento se o campeonato se limitasse apenas às rodadas disputadas com Gilson Kleina no banco.

O técnico do Palmeiras, Gilson Kleina
O técnico do Palmeiras, Gilson Kleina
O desempenho do técnico, porém, é, até agora, insuficiente para livrar o time de uma situação desesperadora.
A equipe que recebe o Botafogo hoje, na última apresentação em Araraquara, precisa somar, segundo as contas do técnico, 12 dos 15 pontos possíveis até o fim da Série A para não ter de jogar a segunda divisão em 2013.
É necessário um aproveitamento bem maior do que a já positiva campanha do antigo comandante da Ponte Preta.
Da estreia de Kleina até o início da rodada deste fim de semana, o Palmeiras foi o sexto time que mais pontuou, com desempenho igual ao do Grêmio, hoje um dos classificados para a Libertadores.
Conquistou em oito partidas 12 dos 24 pontos possíveis. Com Luiz Felipe Scolari e o interino Narciso, técnico na derrota para o Corinthians, só havia acumulado 20 dos primeiros 75 pontos em disputa no Brasileiro.
"Jogo ruim mesmo só foi contra o São Paulo. Contra o Coritiba, era para ser empate. Nas outras, sempre fomos melhores. Temos números favoráveis, reagimos. Mas não foi o suficiente", afirmou o técnico alviverde.
O efeito prático dessa recuperação é mesmo pequeno.
Kleina fez o Palmeiras subir apenas uma posição na tabela (sair de penúltimo para 18º) e diminuir de oito para cinco pontos a desvantagem em relação ao primeiro time que estaria livre do rebaixamento, atualmente o Bahia.
"O que falta é conseguir construir uma sequência de bons resultados, emendar três vitórias consecutivas, uma série que ainda não conquistamos no Brasileiro."
O treinador esbarrou duas vezes nessa barreira no campeonato. Perdeu para o São Paulo após bater o Figueirense e a Ponte e caiu na última rodada ante o Inter após se empolgar com triunfos sobre o Bahia e o Cruzeiro.
Com contrato até o fim do próximo ano, Kleina não sabe se permanecerá no clube em 2013. Pesa, além da possibilidade concreta de queda, a eleição de janeiro, que pode alterar os rumos do clube.
O treinador não sabe qual será a sua imagem perante o novo presidente, caso Arnaldo Tirone não consiga se reeleger: salvador, fracasso ou responsável por um bom, porém insuficiente, trabalho.
"Não me preocupo se vou ser absolvido ou punido [pelo rebaixamento]. Se tivermos o sucesso, a parcela única não será minha. Se tivermos o fracasso, não vou fugir da minha parcela de culpa. Não vamos enumerar o que deu certo ou o que deu errado", completou o técnico.

                       POLICIA

Virgindade de meninas índias vale R$ 20 no Amazonas


No município amazonense de São Gabriel da Cachoeira, na fronteira do Brasil com a Colômbia, um homem branco compra a virgindade de uma menina indígena com aparelho de celular, R$ 20, peça de roupa de marca e até com uma caixa de bombons.


A pedido das mães das vítimas, a Polícia Civil apura o caso há um ano. No entanto, como nenhum suspeito foi preso até agora, a Polícia Federal entrou na investigação no mês passado.
Doze meninas já prestaram depoimento. Elas relataram aos policiais que foram exploradas sexualmente e indicaram nove homens como os autores do crime.
Entre eles há empresários do comércio local, um ex-vereador, dois militares do Exército e um motorista.
As vítimas são garotas das etnias tariana, uanana, tucano e baré que vivem na periferia de São Gabriel da Cachoeira, que tem 90% da população (cerca de 38 mil pessoas) formada por índios.
Entre as meninas exploradas, há as que foram ameaçadas pelos suspeitos. Algumas foram obrigadas a se mudar para casas de familiares, na esperança de ficarem seguras.
A Folha conversou com cinco dessas meninas e, para cada uma delas, criou iniciais fictícias para dificultar a identificação na cidade.
M., de 12 anos, conta que "vendeu" a virgindade para um ex-vereador. O acerto, afirma a menina, ocorreu por meio de uma prima dela, que também é adolescente. "Ele me levou para o quarto e tirou minha roupa. Foi a primeira vez, fiquei triste."
A menina conta que o homem é casado e tem filhos. "Ele me deu R$ 20 e disse para eu não contar a ninguém."
P., de 14 anos, afirma que esteve duas vezes com um comerciante. "Ele me obrigou. Depois me deu um celular."
Já L., de 12 anos, diz que ela e outras meninas ganharam chocolates, dinheiro e roupas de marca em troca da virgindade. "Na primeira vez fui obrigada, ele me deu R$ 30 e uma caixa com chocolates.


04/11/2012 PM é morta na frente da filha na zona norte de São Paulo


Uma soldado da Polícia Militar foi morta a tiros na frente da filha de 9 anos, na Vila Serralheiro, zona norte de São Paulo, por volta das 21h de sábado (3).
Segundo a PM, a policial estava à paisana e chegava em casa, acompanhada da filha, quando foi retirada a força do carro. Os criminosos dispararam ao menos nove tiros contra a militar e fugiram.
A filha começou a gritar pedindo socorro e vizinhos levaram a policial ao Hospital Geral de Vila Penteado. Segundo a PM, a soldado morreu a caminho do hospital.
A policial estava há mais de dez anos na polícia e trabalhava na área administrativa do 18º batalhão.
O caso foi registrado no 72º Distrito Policial, na Vila Penteado.

Eduardo Anizelli/Folhapress
Policiais fazem perícia na frente da casa de uma PM morta a tiros diante da filha na Vila Serralheiro, zona norte de SP
Policiais fazem perícia na frente da casa de uma PM morta a tiros na Vila Serralheiro, zona norte de SP
OUTROS CASOS
Na madrugada de ontem (3), um policial militar foi baleado na cabeça na rua Doutor Zuquim, em Santana, zona norte de São Paulo. Ele foi levado ao Hospital da Polícia Militar.
Um cabo da Polícia Militar foi baleado durante uma tentativa de roubo na manhã de sexta-feira (2), em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Ele foi levado ao Hospital Assunção, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Criminosos põem fogo em ônibus em São Vicente, no litoral de SP


Um ônibus foi incendiado por criminosos na noite de ontem na região do Parque das Bandeiras, em São Vicente (no litoral de São Paulo). Os bandidos estavam em uma moto e conseguiram fugir antes da chegada da polícia.
Segundo a assessoria da Polícia Militar, o coletivo fazia uma linha intermunicipal e foi abordado por ao menos dois jovens na avenida Doutor Esmeraldo Soares Tarquínio de Campos Filho. Os jovens fizeram com que o motorista e os passageiros descessem e colocaram fogo no veículo.
O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas o veículo foi totalmente destruído. Apesar disso, ninguém ficou ferido. O caso foi registrado na delegacia de São Vicente, mas nenhum suspeito tinha sido identificado até a manhã deste domingo.
VIOLÊNCIA
Na última terça-feira (30), um outro ônibus foi incendiado por criminosos em Carapicuíba (na Grande São Paulo). Motorista e passageiros foram obrigados a descer do veículo. Uma pessoa assustada foi atropelado ao tentar cruzar a estrada para fugir.
Uma onda de violência tem resultado em mortes e atos de vandalismo, com incêndio em ônibus, há cerca de duas semanas no Estado de São Paulo. Entre a noite de sexta (2) e a madrugada de ontem (3), o número de mortos a tiros chegou a dez na região metropolitana.
Já na noite de ontem, uma soldado da Polícia Militar foi morta a tiros na frente da filha de 9 anos, na Vila Serralheiro, zona norte de São Paulo. Com isso, chega a 90 o número de policiais mortos desde o início do ano.

                                                           politica


Publicado em 04 de Novembro de 2012

Prefeitura de Apucarana suspende licitação do Cisvir

Medida atende a pedido feito pela diretoria da entidade e prefeitos eleitos



Prefeito João Carlos de Oliveira argumenta que área do projeto inicial não era inadequada  
O prefeito de Apucarana, João Carlos de Oliveira (PMDB), assinou ato administrativo interno suspendendo por tempo indeterminado o processo licitatório para construção da nova sede do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região (Cisvir). A medida atende a uma solicitação feita através de ofício encaminhado pelo presidente do Cisvir, o prefeito atual de Marumbi, Adhemar Rejani (PMDB), com aval dos prefeitos eleitos que fazem parte do consórcio.

Movimento encabeçado pelo prefeito eleito de Apucarana, Carlos Alberto Gebrim Preto (PT), o Beto Preto, e pelo vereador Aldivino Marques da Cruz Neto (PSC), o Val, é contra a construção da sede do Cisvir na região do Lago Jaboti. Eles entendem que aquela é uma área de preservação ambiental e de difícil acesso para os usuários dos atendimentos especializados de saúde.

Em reunião realizada na última terça-feira na sede da Associação dos Municípios do Vale do Ivaí (Amuvi), ambos apresentaram suas justificativas aos demais prefeitos eleitos. Ao mesmo tempo, o vereador e vice-prefeito eleito Júnior da Femac (PDT) apontou três outros terrenos em Apucarana que, segundo ele, seriam adequados para a obra sob vários aspectos. Um deles está situado nas imediações do Terminal Rodoviário, no Jardim América, outro no Jardim Diamantina, próximo à Guarda Mirim, e outro abaixo do antigo Pronto Atendimento Municipal (PAM). Agora, o Cisvir terá tempo para definir nova área e modificar o projeto.





Domingo, 04/11/2012

Henry Milleo/ Gazeta do Povo / Cohab faz a mudanças das famílias reassentadas, como a do casal Ademir e Claudinéia, transferidos dia 31 da Vila Autódromo para o Moradias Serra do Mar Cohab faz a mudanças das famílias reassentadas, como a do casal Ademir e Claudinéia, transferidos dia 31 da Vila Autódromo para o Moradias Serra do Mar
Reassentamento urbano

Migração em massa redesenha Curitiba

Só nos últimos 4 anos, 18 mil pessoas foram deslocadas de um lugar a outro, mudando a geopolítica na periferia da capital

Publicado em 04/11/2012 As migrações em massa de uma multidão de excluídos redesenharam nos últimos quatro anos a geopolítica nos subúrbios de Curitiba. À razão de 12 pessoas por dia, em média, elas foram tiradas de taperas à beira de rios para viver em casinhas da Cohab. De janeiro de 2009 até o mês passado, 32 reassentamentos erguidos nas bordas da cidade receberam 4.956 famílias, ou 18 mil moradores – população equivalente à da metade dos municípios do Paraná. Desde os primórdios dos programas de habitação popular, em 1967, Curitiba remanejou 45 mil pessoas.

Distância faz família perder o emprego
A família de Elisabete Rodrigues, 52 anos, diz ter esperado por 15 anos para ser contemplada com uma casa da Cohab, mas não esperava que fosse para tão longe. “Morávamos na Vila Piratini [Pinheirinho] e fomos contemplados na terceira opção, a mais longe”, reclama a aposentada. Havia opções de moradias na Vila Osternack e na Cidade Industrial, o que a deixaria perto dos parentes, que ainda moram no Pinheirinho. Ela chegou a visitar esses lugares antes de a Cohab decidir para onde iriam. Acabaram no Moradias Boa Esperança II, no Tatuquara.
Justamente pela mudança, segundo a família, o provedor do lar, Ednei Rodrigues, 23 anos, perdeu o emprego. “Trabalhava em uma gráfica no Pinheirinho e ia trabalhar de bicicleta. Depois da mudança, ficou impossível chegar no horário. Acabei dispensado”, conta o auxiliar geral, que diz estar tendo dificuldade para encontrar um emprego no seu novo bairro. Essa é a queixa de outros moradores do lugar.

Henry Milléo/ Gazeta do Povo
Henry Milléo/ Gazeta do Povo /
A essa migração induzida precede outra, espontânea. O êxodo – fenômeno inevitável, segundo muitos teóricos do ramo – forjou a demografia do caos nas rebarbas da capital. As primeiras favelas sempre tinham gente do meio rural. Em meados dos anos 1970, Curitiba contava 16 mil pessoas em 38 áreas de ocupação irregular. Em 2007, ano da última consolidação de dados pela Cohab, eram 207 mil pessoas (53.962 famílias) em 254 áreas invadidas. Ocupações ocorridas desde então não figuram nas estatísticas da Cohab, embora continuem a ocorrer.
Longe de tudo
Essa legião sem-te­to ocupou terras públicas ou particulares e criou peculiares arranjos residenciais à revelia das normas legais e urbanísticas. Hoje, um entre dez habitantes de Curitiba vive nessas áreas, que cobrem 2,85% do território do município. A Cohab intensificou a desocupação desses lugares graças aos programas PAC Pró-Moradia e PAC 2/Minha Casa Minha Vida. Deu-se, então, o processo migratório em massa, ainda que a Cohab tenha como princípio instalar as pessoas em conjuntos próximos de onde elas vivem.
Esse processo não ocorre sem queixas. Para a ONG Terra de Direitos, o programa se baseia na segregação. Moradores de classes mais baixas são levados para áreas distantes, onde a falta de estrutura dificulta a permanência. “A relocação deveria ser o último recurso”, diz a assessora jurídica da ONG, Julia Ávila Franzoni. Uma dessas regiões carentes de estrutura é o Tatuquara, para onde estão sendo levadas famílias retiradas de outras áreas de risco. Ali, critica Julia, a pessoa não tem condição de trabalho e de acesso à cidade.
Para a professora-doutora Gislene Pereira, pesquisadora do Laboratório de Arquitetura e Urbanismo da UFPR, esse sistema de regularização dá moradia, mas não cria condições de permanência. A administração pública trabalha nas consequências e não nas causas do problema. Ou seja, a Cohab tem programas para regularizar áreas ocupadas, mas não um plano de habitação que faça frente à demanda por moradia popular. Mesmo o arquiteto Lóris Guesse, “cohabista” assumido, tem ressalvas à migração em massa para reassentamento num só lugar.
Aposentado da Cohab, Guesse foi diretor técnico por ocasião dos mais bem-sucedidos projetos de moradia de Curitiba, como o Augusta e o Caiuá. O modelo consistia em integrar pequenos conjuntos a bairros urbanizados, uma alternativa a experiências mal-sucedidas como Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, um clássico exemplo do que não deu certo.
Casa nova fica a 7 minutos da antiga moradia
Nascido em Marcelino Ramos (RS), o ex-mestre de obras Ademir Machado da Luz, 55 anos, chegou no fim da década de 1960 em Curitiba. Após quase 20 anos vivendo na região do Moradias Cajuru, trocou um terreno e foi morar na Vila Autódromo, num sobrado de madeira com fundos para a linha férrea. “O trem passava de hora em hora. Todo o dia, 24 vezes, a casa tremia toda.” Dia 31, ele se mudou para o Moradias Serra do Mar, a sete minutos de caminhada.
Meses antes, ele e a esposa, Claudinéia Albino Dorcelino da Con­ceição, 44 anos, receberam a proposta de um sobrado da Cohab, semanas após Ramos ter a perna direita amputada devido à baixa circulação sanguínea causada pela diabetes. Na casa antiga, já tinha de subir uma escada de mais de dez degraus. “Subia de joelhos, era rapidinho. Mas já que vamos para a casa nova é melhor ter mais conforto.”
O deslocamento da Vila Autódromo para o Moradias Serra do Mar é uma alternativa mais viável de reassentamento. Com a mudança dentro do mesmo bairro, as famí­lias continuam usufruindo os equipamentos públicos que já frequentavam e mantêm os vínculos com vizinhos e parentes. A violência urbana, porém, também permanece. No dia da mudança, a demolição do barraco foi suspensa sob ameaças. Um homem disse aos funcionários da Cohab que saíssem, caso contrário a situação “ficaria feia para todos”.
Na nova casa, Claudinéia transbordava alegria sem se importar com a calçada inacabada ou com os entulhos deixados por pedreiros no banheiro. “Agora, vou cozinhar uma galinhada e receber nossos filhos com mais conforto.”
cidadãos americanos

Brasileiros nos EUA preferem Obama

De 30 entrevistados, apenas dois indicaram que optariam por Mitt Romney
04/11/2012 Brasileiros com cidadania americana - e vice-versa - seguem a tendência de outras minorias, como negros e hispânicos, e votam majoritariamente em Barack Obama. De 30 entrevistados pela reportagem, apenas dois indicaram que optariam por Mitt Romney, embora outras pessoas do Brasil residentes nos EUA e sem direito a voto também tenham declarado apoio ao republicano.
A maior parte dos entrevistados leva em consideração a questão da imigração. Embora haja decepção com a deportação de mais de 1 milhão de imigrantes sem documentos, os brasileiros avaliam que Obama avançou em alguns pontos, especialmente para os jovens estrangeiros, e as conquistas poderiam ser revogadas em um governo de Romney.
As relações EUA-Brasil importam, mas não pesam tanto na hora de escolher um candidato. Alguns se dizem hispânicos. Outros, não. "Romney seria uma repetição de Bush", disse a produtora Paula Buarque, se referindo ao ex-presidente George W. Bush. O designer Danilo Matz concorda. Segundo ele, seu voto vai para Obama "porque o presidente ainda não teve tempo de arrumar a bagunça deixada pelo antecessor".
Segundo o professor de engenharia Felipe Pait, "em política externa, o governo Obama tem mostrado avanços razoáveis em situação difícil, tendo assumido após uma presidência que conduziu duas guerras de maneira incompetente e perdeu aliados no mundo". "Romney, em comparação, não mostrou interesse, conhecimento ou aptidão por temas internacionais", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário